segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Campanha do CREAS visa combater o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes


Registro

Com o objetivo de divulgar a campanha nacional “Brinque o Carnaval sem brincar com os direitos das crianças e adolescentes”, e sensibilizar o maior número de pessoas durante o Carnaval, que as Redes Nacionais de Defesa dos Direitos Humanos articularam, junto as prefeituras e instituições de várias cidades, organizaram mobilizações para conscientizar a população sobre a necessidade de combater o abuso e a exploração sexual contra jovens.
A campanha pretendeu chamar a sociedade para assumir a responsabilidade com a proteção integral dos direitos de crianças e adolescentes do Brasil, principalmente no período carnavalesco, que atrai anualmente um número expressivo de turistas nacionais e estrangeiros a diversas cidades.
Em Registro, a Prefeitura Municipal, por meio do Centro de Referência Especializado de Assistência Social - CREAS participou da movimentação a fim de chamar a atenção para este problema que atinge também o município.
O CREAS iniciou a campanha durante o 1º Festival Cultural de Férias de Registro, utilizando a arte como forma de expressão. Uma oficina de grafite abordou o tema, e o artista plástico voluntário, Michel Mattos, juntamente com 20 integrantes do grupo Educarte do Projeto Jovemix, escreveram a frase tema da campanha de Carnaval, uma frase do sociólogo Herbert de Souza, e grafitaram a flor do emblema de 18 de maio, dia do “Faça Bonito” – campanha nacional de combate ao abuso e à exploração sexual contra criança e adolescente.

Jovemix | Projeto socioeducativo que estimula e valoriza o protagonismo juvenil, proporcionando aos participantes diversas oportunidades de intervenção nas comunidades em que estão inseridos e na realidade local como um todo. Possui várias áreas de atuação, entre elas a arte e cultura, cidadania e educação, comunicação e publicidade, meio ambiente e profissionalização.

O combate deve continuar | Para o Carnaval, além dos outdoors e adesivos oferecidos para serem colados em automóveis, a equipe do CREAS realizou seu trabalho de conscientização durante as festividades na cidade. O trabalho de prevenção também se estenderá durante todo o ano e será intensificado nos bairros aonde existe o maior número de casos de exploração e abuso: Vila Nova (42 casos registrados), Vila São Francisco (25 casos), Arapongal (18 casos), Jardim Pulistano e Agrochá. Nas comunidades serão feitas oficinas artísticas e palestras nos centros comunitários visando a sensibilização e a prevenção, e nas escolas serão realizadas palestras e conversas com os pais e professores.

Vítimas | O Centro de Referência Especializado de Assistência Social acompanha atualmente 246 casos de violência em 36 bairros de Registro. Destes, 62 são vítimas de abuso sexual e 12 de exploração sexual. Entre as vítimas, 156 são meninas e 90 meninos. Sabe-se que o número de vitimizados é superior ao apresentado nas estatísticas.  “Acreditamos que as denúncias pararam de chegar, pois a sociedade diz informalmente que há mais casos, mas que esses casos não chegam aos serviços; portanto é necessária a intensificação e sensibilização da divulgação das campanhas para que a comunidade se aproprie dessa responsabilidade”, destacou o chefe da equipe técnica do CREAS, Daniel Vicente da Silva.

Como denunciar | De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente, qualquer suspeita de violência pode ser denunciada. Através do Disque 100, a ligação é gratuita e anônima. Também é possível realizar a denúncia no Conselho Tutelar, pelo telefone 3822-4699. Para casos emergenciais, a recomendação é ligar para o 190 e falar diretamente com a polícia, que também aciona o Conselho Tutelar.
O CREAS cuida da criança e adolescente vitimizado com atendimento psicossocial individual ou em grupo, visando a cessão dos fatos e a superação da situação vivenciada. As famílias também são atendidas. Os tipos de violência atendidos englobam a negligência, abuso sexual, violência física, trabalho infantil, situação de rua, exploração sexual, violência psicológica, entre outros. A violência psicológica, muitas vezes é a mais velada e engloba além do bullyng e alienação parental, toda a ação ou omissão que causa ou visa causar dano emocional e diminuição de autoestima. “A ideia de denunciar a violência psicológica não tem como objetivo punir a família, e sim fazer com que eles se reorganizem de forma que não cometam mais a mesma, pois muitas vezes eles não possuem a consciência de que esta é uma forma de violência”, disse a psicóloga do CREAS, Viviane de Lima Pereira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário